segunda-feira, 5 de outubro de 2009

chasing pavements







"amor é um fogo que arde sem se ver;"

Todos os dias, sem excpeção, deito-me acordo sobre esta frase. já nem faço caso; é apenas mais uma que, para mim, é bela, mas sem significado algum.
Este caderno, agora gasto e amachucado já sobreviveu e presenciou grande parte da minha existência. folhas arrancadas e rasgadas em fúria ainda aqui permanecem. e nelas a pequena claridade do céu é reflectida. a chuva bate nas janelas com tanta intensidade que penso que pode partir os vidros a qualquer momento.
Estou com uma dor de cabeça insuportável; os carros passam a toda a hora. e a toda a hora vejos os mesmos edifícios, as mesmas calçadas e passeios e jardins, as mesmas horas, as mesmas malditas pessoas!
Não consigo falar, não posso falar! estou aprisionado onde o quis ser. estou sozinho, rodeado de pessoas que não me passam de estranhos a quem digo "olá, bom dia" todos os dias, sem excepção. estou cansado disso. de andar escondido atrás de um boné e auscultadores nos ouvidos. estou cansado de esperar um dia inteiro pela hora de deitar e de "ver" reduzidas a um nome e palavras todas as pessoas que amo. e eu não aguento isso. não sou tão forte como pensava ser ou como os outros pensam.
Está tudo aqui dentro, prestes a explodir, mas domado. "vocês" não sabem como sou nem o que vou ser! parem de me pressionar e fazerem com que continue a ser infeliz. eu tenho receio de tomar qualquer decisão, de agir livremente. EU TENHO MEDO DE VIVER!, e eu não posso desistir, ou melhor, não me deixam desistir.

Preciso que me enroles nos lençóis, tal e qual como fazias antigamente. meio a dormir, meio acordado, lá me levavas tu para não sei onde, fazer não sei o quê. mas não me importava, sabia que no fim do dia poderia ver o teu sorriso de novo. mas quanto a mim... já nem sei o que é sorrir. tenho a alma (se é que ela existe) num silêncio sepulcral. tal silêncio atirou-me para um fundo dum precipício do qual eu não consigo fugir. as minhas pernas tombam à medida que os dias passam. paciência esgota-se. o coração sofre. eu sou um fraco por ser incapaz de lutar. por não estar a conseguir o que idealizei. tudo o que construí, está, lentamente, a cair. eu não o posso controlar, porque no final eu fraquejo a cada segundo que passa; e como tal, não posso controlar as tuas palavras. tu podes ser quem quiseres, porque no final o estúpido serei eu; e eu quero lá saber, não me importo. vivo e alimento-me de recordações e esperanças. sou como uma folha da árvore que observo a dançar com o vento; algum dia ela terá de cair. a diferença é que eu , ao contrário dela, posso levantar-me. porém, na vez disso, deixo que me pisem e ignorem. tal como eu faço a todas as folhas que vejo no chão. ninguém espera nada de uma folha. e de mim? tu devias ser a primeira a quere sabê-lo. a tua figura transforma-se -diaramente- numa voz que ouço do outro lado da linha. eu posso dizer-te o que sinto, mas tu nunca, nunca(!) o irás saber. para te proteger para te deixar feliz, eu torno-me infeliz; mas isso não importa desde que tu o sejas. sei que não o és, que ironia...
O que mais posso eu fazer?
Gostava de viver mais tempo. apenas para dizer, todos os dias, a todas as pessoas que eu gosto, que gosto delas. eu viveria disso e poderia viver para isso.
E então?
O que posso eu mais fazer?
Estou sem opções. já nada me resta. tenho duas coisas: um caderno e uma caneta. a inteligência, essa, já aprendi a deixar de a utilizar.
Porque quando a saudade é demais, e não cabe no peito, escorre pelos olhos.

2 comentários:

Maria disse...

levanta-te! A vida é uma escalada, mas a paisagem é linda! neste momento, estás a dar os primeiros passos para chegar ao topo da montanha,onde eu penso estar a tal "felicidade". pela frente, estao muitos km. muitos calhaus e avalanches que te fazem recuar e até bater no chão. o chão seco e sozinho. e ele é assim, porque só lá estao os que se deixam pisar. só la estao os que desistem de subir. às vezes pensas "para quê? para quê arriscar se posso voltar a caír?" ; mas , nesses momentos fazes um "prós e contras"! entao e os bons momentos nessa subida?
as recordaçoes sao muitas vezes o que te faz ter força para acordares e te voltares a levantar! as tuas recordaçoes sao tantas e tao sentidas, que se as aproveitasses, já podias ter alcançado o topo da montanha, o teu objectivo... podias dar à montanha mais 1.90m de altura! podias estar lá em cima a ajudar os que adoras e queres ver felizes a subir .
podias, acima de tudo, ser feliz <3

Anónimo disse...

pronto ja comentei . agora anda masé ajudar-me a fazer um -.-
kidding bebest :(
estou a levantar-me porque a vida é uma escalada! kiss (L)