sexta-feira, 28 de agosto de 2009

THE HOURS

sussex, england - 1946
Sinto, com certeza, que voltarei a enlouquecer. Sinto que não poderemos passar por mais momentos difíceis. E eu ... sei que não poderei recuperar desta vez. Eu comecei a ouvir vozes, e eu não posso concentrar-me. Então estou a fazer o que me parece ser o melhor a fazer.
Deste-me a maior felicidade possível. Tu foste, em todos os sentidos, mais do que qualquer outra poderia ser. Sei que estou a arruinar a tua vida, e que sem mim, poderás trabalhar. e fá-lo-ás. Eu sei. Vê, não consigo sequer escrever adequadamente. O que quero dizer é que te devo toda a minha felicidade. Tens sido tão paciente comigo ... e incrivelmente bondosa. Tudo se acabou para mim, excepto a certeza da tua bondade. Não desejo continuar a arruinar a tua vida. Não creio que duas pessoas possam ser mais felizes do que fomos.
(...)
Para ver a vida de frente.
Sempre ... para ver a vida de frente. E entendê-la, da sua maneira. Entendê-la, finalmente.
E amá-la, da sua maneira, e então, abandoná-la.
Sempre os anos entre nós, sempre os anos. Sempre, o amor. Sempre, as
horas ...

5 comentários:

Inês disse...

Tu foste, em todos os sentidos, mais do que qualquer outra poderia ser.
foi e acredito que vai continuar a ser de todas as formas que foi até hoje. Não te vai abandonar aliás ninguém te vai abandonar.
A tua felicidade continuará sempre contigo, estará na tua mesinha de cabeceira sempre que acordares e sempre que te deitares. A vida nunca foi o que esperamos nem o que idealizamos talvez em certas alturas foi o inverso mas sabes tu lutaste para conseguires o que tens hoje, lutaste com vontade - que é coisa que falta a muita gente - foste forte em todas as batalhas e vencedor em todas as guerras. E sei que agora nada te parece bem nem penses de forma tão macabra em relação a ti e ao que fazes, vais ver que mais tarde ou mais cedo tudo se vai recompor. Desta vez não erraste, seguiste apenas os teus sentimentos.
E tu sabes, que quando algo te falhar vais ter um ombro amigo 24h por dia para te ajudar, eu estarei sempre contigo *

Anónimo disse...

Aquilo que de verdadeiramente significativo podemos dar a alguém é o que nunca demos a outra pessoa, porque nasceu e se inventou por obra do afecto. O gesto mais amoroso deixa de o ser se, mesmo bem sentido, representa a repetição de incontáveis gestos anteriores numa situação semelhante. E é isso que fazes. Dizes sempre as mesmas palavras talvez por inocência, talvez por palermice ou quem sabe por malvadez.

O amor é a invenção de tudo, uma originalidade inesgotável. Fundamentalmente, uma inocência.

joão paulo disse...

gostava de poder responder à pessoa que me comentou em anónimo. por favor (:

Anónimo disse...

Podes responde à vontade. Mas não posou uma conta blogue. Por isso que tal responderes por aqui.
Mas pensa bem se queres responder-me; como podemos ,entendermos (...), se nas palavras que digo coloco o sentido e o valor das coisas como se encontram dentro de mim; enquanto que que as escuta inevitavelmente as assume com o sentido e o valor que têm para si, do mundo que tem dentro de si?

joão paulo disse...

cada um vê o mundo à sua maneira; todos interpretamos sinais e palavras de mandeiras diferentes.